domingo, 14 de agosto de 2011

A alegria do Papai

O Nicolas nunca soube sorrir, só quando alguma coisa, muito eventualmente o fizesse rir, mas sorrir ele nunca soube. Ele fazia uma carinha muito engraçada, até para tirar foto, que ficou sua marca registrada. Uma vez, nós fomos ao aniversário do sobrinho da Cris e ela foi tirar uma foto dele. O Nicolas foi devagar entrando no foco da foto com a carinha feita um sorriso bem desengonçado, mas bem inocente. Nós rimos muito da situação, porque foi muito fofo. Ele tinha quase dois anos nessa época e eu comentei com algumas pessoas que ele tinha essa dificuldade de sorrir (já não falava mais de autismo com estranhos ou pessoas não muito íntimas) e as pessoas diziam que o fato de ele não saber sorrir era porque ele era muito pequeno, mas eu havia lido sobre a dificuldade que os autistas têm em sorrir e em demonstrar certos sentimentos somente pelo semblante.

Temos várias fotos dele com esse “sorriso” e para nós é o sorriso mais lindo do mundo. Hoje em dia, quando pedimos para ele sorrir, ele faz uma cara muita bonitinha e cheia de inocência, mas para quem não o conhece parece mais que ele está assustado, e não sorrindo. Tive que ensiná-lo em frente ao espelho durante anos até conseguirmos um resultado satisfatório para ele e para a sociedade. Mas, por que ensiná-lo para a sociedade? Porque é onde ele vive e nunca o fizemos de forma autoritária, mas sim nos divertindo e ensinado ao mesmo tempo sem que o sufocasse. Ele nunca nem soube que estava sendo ensinado.

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*Leia mais no livro "Meu filho ERA autista" - informações: meufilhoeraautista@yahoo.com.br