sábado, 29 de dezembro de 2012

Lei que protege os direitos dos autistas. Finalmente...

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12764.htm


AGORA É LEI!!!!

BRASÍLIA - DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO 28dez2012
LEI 12.764, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2012
Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista; e altera o § 3º do art. 98 da Lei 8.112, de 11 de dezembro de 1990.


A    P R E S I D E N T A    D A    R E P Ú B L I C A
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o Esta Lei institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista e estabelece diretrizes para sua consecução.
§ 1o Para os efeitos desta Lei, é considerada pessoa com transtorno do espectro autista aquela portadora de síndrome clínica caracterizada na forma dos seguintes incisos I ou II:
I - deficiência persistente e clinicamente significativa da comunicação e da interação sociais, manifestada por deficiência marcada de comunicação verbal e não verbal usada para interação social; ausência de reciprocidade social; falência em desenvolver e manter relações apropriadas ao seu nível de desenvolvimento;
II - padrões restritivos e repetitivos de comportamentos, interesses e atividades, manifestados por comportamentos motores ou verbais estereotipados ou por comportamentos sensoriais incomuns; excessiva aderência a rotinas e padrões de comportamento ritualizados; interesses restritos e fixos.

§ 2o A pessoa com transtorno do espectro autista é considerada pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais.

Art. 2o São diretrizes da Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista:

I - a intersetorialidade no desenvolvimento das ações e das políticas e no atendimento à pessoa com transtorno do espectro autista;
II - a participação da comunidade na formulação de políticas públicas voltadas para as pessoas com transtorno do espectro autista e o controle social da sua implantação, acompanhamento e avaliação;
III - a atenção integral às necessidades de saúde da pessoa com transtorno do espectro autista, objetivando o diagnóstico precoce, o atendimento multiprofissional e o acesso a medicamentos e nutrientes;
IV - (VETADO);
V - o estímulo à inserção da pessoa com transtorno do espectro autista no mercado de trabalho, observadas as peculiaridades da deficiência e as disposições da Lei no 8.069, de 13 de julho de1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente);
VI - a responsabilidade do poder público quanto à informação pública relativa ao transtorno e suas implicações;
VII - o incentivo à formação e à capacitação de profissionais especializados no atendimento à pessoa com transtorno do espectro autista, bem como a pais e responsáveis;
VIII - o estímulo à pesquisa científica, com prioridade para estudos epidemiológicos tendentes a dimensionar a magnitude e as características do problema relativo ao transtorno do espectro autista no País.

Parágrafo único. Para cumprimento das diretrizes de que trata este artigo, o poder público poderá firmar contrato de direito público ou convênio com pessoas jurídicas de direito privado.

Art. 3o São direitos da pessoa com transtorno do espectro autista:
I - a vida digna, a integridade física e moral, o livre desenvolvimento da personalidade, a segurança e o lazer;
II - a proteção contra qualquer forma de abuso e exploração;
III - o acesso a ações e serviços de saúde, com vistas à atenção integral às suas necessidades de saúde, incluindo:

a) o diagnóstico precoce, ainda que não definitivo;
b) o atendimento multiprofissional;
c) a nutrição adequada e a terapia nutricional;
d) os medicamentos;
e) informações que auxiliem no diagnóstico e no tratamento;
IV - o acesso:
a) à educação e ao ensino profissionalizante;
b) à moradia, inclusive à residência protegida;
c) ao mercado de trabalho;
d) à previdência social e à assistência social.
Parágrafo único. Em casos de comprovada necessidade, a pessoa com transtorno do espectro autista incluída nas classes comuns de ensino regular, nos termos do inciso IV do art. 2o, terá direito a acompanhante especializado.

Art. 4o A pessoa com transtorno do espectro autista não será submetida a tratamento desumano ou degradante, não será privada de sua liberdade ou do convívio familiar nem sofrerá discriminação por motivo da deficiência.

Parágrafo único. Nos casos de necessidade de internação médica em unidades especializadas, observar-se-á o que dispõe o art. 4o da Lei no 10.216, de 6 de abril de 2001.


Art. 5o A pessoa com transtorno do espectro autista não será impedida de participar de planos privados de assistência à saúde em razão de sua condição de pessoa com deficiência, conforme dispõe o art. 14 da Lei no 9.656, de 3 de junho de 1998.

Art. 6o (V E TA D O)

Art. 7o O gestor escolar, ou autoridade competente, que recusar a matrícula de aluno com transtorno do espectro autista, ou qualquer outro tipo de deficiência, será punido com multa de 3 (três) a 20 (vinte) salários-mínimos.

§ 1o Em caso de reincidência, apurada por processo administrativo, assegurado o contraditório e a ampla defesa, haverá a perda do cargo.
§ 2º (V E TA D O).

Art. 8o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 27 de dezembro de 2012; 

191o da Independência e 124o da República.
DILMA ROUSSEFF
José Henrique Paim Fernandes
Miriam Belchior

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Reportagem na Record em 26/12/12

Nicolas com a repórter Fernanda Burger


Segue link da entrevista dada para Rede Record que foi ao ar no dia 26/12/2012. Nicolas falou de sua grande paixão, que são os jogos do Mário. Foi mostrado também, o garoto Miguel, autista de 10 anos, e que teve seu sonho realizado pelo jogador Neymar. Miguel emocionou a todos com sua reação ao ver seu ídolo.

Agradecimentos à repórter Fernanda Burger e à equipe de reportagem da Rede Record.

Copie o link e cole em seu navegador:
http://noticias.r7.com/videos/garotos-autistas-emocionam-com-paixao-por-idolos-e-personagem/idmedia/50daed2f92bb93a521413356.html

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Entrevista para Rede Record - 25/12/12



Nicolas e seus personagens favoritos



Hoje a TV Record entrou em contato comigo e pediu uma entrevista com o Nicolas Brito Sales. Foi tudo bem corrido, pq é Natal e eu estava na casa da minha mãe. Porém deu tudo certo. A entrevista, de acordo com a produção, irá ao ar amanhã no programa Fala Brasil, entre 8:00 e 10:30. O foco da entrevista é o estímulo na criança com autismo. A equipe de reportagem foi um amor com o Nicolas e ele ficou muito feliz por poder falar de seu personagem favorito: Mario!

Nicolas e a repórter Fernanda Burger, da TV Record.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Nicolas lavando o Quintal

Ontem foi mais um dia para descobertas nossas e do Nicolas. Sabe, pode até parecer besteira, mas dou valor a cada coisinha que ele faz, por mais boba que possa parecer. Para quem não tinha contato com o filho antes, acho que o mínimo que posso fazer e dar Glória a Deus por cada momento que passamos juntos.

Aí, quando acontecem esses momentos que morremos de rir em família ele logo fala:
- Mãe, coloca no blog e no Facebook! - rsrsrsrsrsr

Ele adora quando postamos algo e as pessoas comentam no Facebook:
"Esse é o Nicolas, meu amigão!"
"kkkkkkkkkkkkkkkkk como ele é inteligente!"
"E garotão esperto"
"Cada dia sou  mais fã do Nicolas"

E assim por diante...

E ontem não foi diferente. ele "aprontou" mais uma das suas cenas memoráveis. Sei que contando no blog não dá o mesmo efeito que vivendo a situação, mas tentarei explicar.

Aqui em casa todos temos obrigações: Eu fico responsável pelo almoço, lavar a roupa e organizar a casa. O Alexsander pelo jantar e refeições de final de semana. O Guilherme lava a louça, guarda a roupa e lava o quintal. O Nicolas coloca a mesa de todas as refeiçoes e ajuda a recolher a roupa. Cada um aqui em casa passa sua própria roupa, o que não é diferente com o Nicolas. Ele passa a própria roupa e nunca se queimou. Como ele via cada um passando a sua, um dia ele veio com sua camisa e, sem falar nada, passou bem bonitinha. rsrsrsrs Ele tinha uns 10 anos.

Ontem pedi para o Gui lavar o quintal e dei a ele a sugestão do Nicolas ajudá-lo. Ele achou uma boa ideia: Enquanto ele esfregava o quintal, o Nicolas podia jogar a água com a mangueira. Para que não gastasse muita água, o Gui para o Nicolas fechar a mangueira por alguns instantes.
- Nicolas, fecha a mangueira um pouquinho, por favor.
- Como é que fecha.
- Gira pra esquerda.
- O que? Como assim?
- Gira pra esquerda, Nicolas!
Daqui a pouco só ouvi o Guilherme gritando:
- Não, Nicolas!!!! O que você tá fazendo? Tá molhando tudo! ai, meu Deus!
Fui até lá fora e perguntei o que havia acontecido. Os dois estavam molhados, a roupa que havia colocado no varal também estava parcialmente molhada e o Gui estava indignado fechando a mangueira. O Gui me olhou com uma cara de "Não acredito nisso" e o Nicolas estava molhado e com cara de "Ué" com as mãozinhas viradas para cima se perguntando: "O que foi que eu fiz?"

Eu olhei para os dois e não entendi bem o que tinha acontecido, então perguntei ao Gui:
- Filho, o que que aconteceu?
- Eu falei pro Nicolas fechar a mangueira e ele começou a jogar água pra todo lado!
- É verdade isso, Nicolas? - ao que ele respondeu:
- Mãe, ele falou pra eu girar a mangueira pra esquerda, e eu girei!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk o Gui continuava sem entender. Então eu lhe perguntei:
- O que você disse ao Nicolas?
- Pedi pra ele fechar. Aí eu expliquei que tinha que girar pra esquerda. Foi quando ele começou a jogar água pra todo lado.
- Gui, presta atenção filho. Você pediu pra ele "girar" a mangueira. Na cabeça dele, como você acha que ele processou a informação?
- Sei lá!
- Nicolas, mostra para o Gui como se faz pra girar para a esquerda.
O Nicolas pegou a mangueira e começou a fazer um giro em espiral, o que ocasionou o aguaceiro para todo lado! Quando o Gui se deu conta do que havia acontecido foi risada geral! kkkkkkkkkkkkkk O gui ficou entre a indignação e o entender cada dia mais a cabecinha do irmão autista. O Nicolas quis entender como seria então "girar para a esquerda". Então o Gui pegou e mostrou ao Nicolas com o se faz.



"O aprendizado contínuo é uma dádiva. Não nos percamos em nossos caminhos. É só pegar na mão do seu anjo que ele te guiará para a luz todos os dias. Não temas, pois Deus já está cuidando de você"
Anita Brito



segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Declaração a respeito do último programa Divã do Faustão - Por Elizabeth Monteiro

Segue a carta de retratação que a psicóloga Elizabeth Monteiro colocou agora a pouco no Facebook. É importante que leiam e que ajudem a disseminar o mal entendido, para que nossos anjos não sofram preconceito de nehuma parte. Lendo o que ela escreveu, continuo achando que tudo não passou de um infeliz momento, mas que as proporções o tornaram pior e só causou mais dor a todos. Quem entendeu e quem não entendeu, saiu magoado e prejudicado.

Elizabeth Monteiro · 226 curtiram isso
há ± 1 hora · 
  • Declaração a respeito do último programa Divã do Faustão - Síndrome de Asperger e Psicopatia (2 assuntos totalmente diferentes):

    Li atentamente todos os comentários até o momento postados em relação ao programa de ontem. Antes de mais nada, esclareço que absolutamente nada foi apagado , o que fica evidente visto que os primeiros comentários datam de mais de 16h atrás e já somam algumas centenas, muitos que se repetem inclusive.

    Existe em minha família casos de Asperger e atendo em meu consultório autistas. Possuo não só grande experiência e conhecimento sobre o assunto como grande carinho, amor e respeito por estas pessoas. Por esta razão, sinto muitíssimo se em algum momento alguém possa ter entendido ou eu possa ter passado a menor impressão de que quando falava e alternava rapidamente entre dois assuntos completamente diferentes, Asperger e psicopatia, estaria falando sobre a mesma coisa ou estaria relacionando uma coisa com a outra.

    Na TV tudo é muito rápido, ainda mais em um programa ao vivo e extremamente dinâmico como é o Domingão do Faustão. Os assuntos surgem e mudam em segundos. Ao que tudo indica, passamos da citação do Aspeger para psicopatia muito rápido, talvez sem ter ter dado tempo a alguns de conseguirem assimilar que uma coisa não está relacionada a outra. Trata-se de um lamentável mal-entendido.

    Tão somente citei desconhecer o que aconteceu com o rapaz e que a única informação que possuía até o momento era da revista Veja, que havia mencionado que ele seria um portador de asperger. Comentei isso e mudei novamente o assunto para psicopatia. E é realmente um infeliz desastre se isso foi entendido da forma que os muitos comentários postados aqui afirmam que foi.

    Somos responsáveis por aquilo que dizemos, mas nem mesmo ao mais impecável orador é garantido o controle sobre o que as pessoas possam vir a entender, interpretar ou mesmo transformar suas palavras. Acredito que o vídeo possa ser revisto de forma que o que afirmo aqui seja percebido.

    Minha experiência com televisão não pode ser comparada com minha experiência como psicologa e educadora, mas estou aprendendo e essa foi mais uma grande lição para mim. Um erro que não cometerei novamente. Mas o erro foi de comunicação.

    Elizabeth Monteiro

domingo, 16 de dezembro de 2012

A polêmica: o assassino era autista ou não?

O post aqui colocado não tem a intenção de corroborar, atacar, ir a favor ou contra ninguém. É minha visão em meu blog. Não posso atacar um outro ser-humano só porque não concordo com sua posição. Sabedoria e paz de espírito adquiri-se com o tempo.

Após a grande tragédia ocorrida nos Estados Unidos, começou a grande tragédia na Internet. Dizer se o assassino era ou não autista.

* Primeiramente: temos muito com o que nos preocupar, como por exemplo, orarmos pelas família que ficaram sem seus entes queridos.

*Segundo: Quantos assassinatos destes já ocorreu nos Estados Unidos e no mundo e a pessoa era autista?

Na entrevista dada pela psicóloga no programa do Faustão, notem que ela está falando sobre psicopatia, quando é cortada pelo Faustão, que tem a dinâmica de sempre fazer uma entrevista onde ele participa o tempo inteiro falando junto com o entrevistado.

A psicóloga, Elizabeth Monteiro, então, diz que LEU que o menino era Asperger e Faustão pergunta a ela o que é Asperger. Quando ela começa a explicar, que Asperger é uma forma de autismo onde a pessoa é considerada, por muitas vezes inteligente, o Faustão corta-a novamente e pergunta sobre o fato de a mãe não ter percebido nada de errado no filho, então, a psicóloga continua falando de acordo com o que é perguntada. Ela não diz: "O assassino era autista/asperger". Ela diz que leu sobre isso, o que realmente está veiculando na imprensa escrita. O Faustão, gostem ou não do jeito de ele entrevistar, também não afirmou que o garoto fosse autista.

Temos que tomar cuidado para não veicularmos algo que não é verdadeiro para não abalar ainda mais a imagem de nossos anjos azuis. Eu não assisti ao programa, por isso fui ao site para pegar a entrevista, que segue o link para quem quiser ver. O papo entre os dois acontece nos primeiros 05 minutos, depois desenvolve para o quadro Divã.

Temos duas visões aqui:
* Suponhamos que tudo não tenha passado de um mal entendido. Contudo, ficou um mal entendido, logo precisamos de uma retratação. É só pedirmos com EDUCAÇÃO para que isso aconteça. Mobilizemo-nos, mas com sabedoria.

* Digamos que ela esteja errada e que tenha realmente dito isso ou aquilo. A pergunta é: O fato de xingarmos, ameaçarmos, humilharmos irá fazer-nos diferentes dela? Superiores? A agressão é a melhor forma de expressão? Se as declarações foram tão ofensivas, como podemos reagir da mesma forma? O que temos aprendido com nossos anjos?

O Nicolas me traz uma paz de espírito tão grande, uma certeza tão grande de que eu quero um mundo melhor e cheio de paz, que só penso em reivindicar da melhor forma possível. Saber expressar-me sem ofender.

http://tvg.globo.com/programas/domingao-do-faustao/O-Programa/noticia/2012/12/totia-meirelles-participa-do-diva-do-faustao-no-palco-do-domingao.html

Nossas experiências com Autismo e Sexualidade - Parte III

     Quando o Nicolas completou 05 anos, comecei a conversar com ele sobre o fato de seu "pipo ficar duro". Como disse antes, ele não falava quase nada e mal respondia, mas com o tempo foi respondendo e entendendo o que eu estava dizendo. Eu sempre tive uma certeza dentro de mim de que, apesar de ele demonstrar não estar escutando, eu sabia que ele me entendia e esperava pelo dia de ele conversar comigo e interagir na conversa. Esse dia já chegou :-)
     Porém, antes de chegar, penamos por vários anos na incerteza se ele realmente estava entendendo e as histórias que havia ouvido sobre autismo e sexualidade, todas negativas, estavam me assombrando.
     Um dia, quando o Nicolas estava com uns 06 anos, eu percebi que ele estava mexendo no pênis. Então eu comecei a falar com ele na maior naturalidade:
     - Filho, você está mexendo no pipo?
     - Sim.
     - Você sabe que só pode mexer dentro de casa, né?
     - Por quê?
     - Eu te disse que a polícia não vai gostar de ver um garoto grande como você (o Nicolas sempre foi enorme, conforme relatado antes) mexendo no pipo na rua. Nem as pessoas vão gostar e vão falar que eu não soube te educar e eu vou ficar muito triste, filho. Você está me entendendo?
     - Sim.
     - Então promete para a mamãe que você só vai mexer no pipo dentro de casa e só dentro do quarto. Você promete?
     Silêncio...
     - Amor da mamãe. você promete que só vai mexer no pipo dentro de casa?
     - Sim.
     - Obaaaaaaaaa. Papai, o Nicolas prometeu que só vai mexer no pipo dentro de casa! Olha que lindo. Vamos levá-lo ao McDonald's hoje?
     - Vamos, mamãe! Ele merece esse prêmio porque ele é muito inteligente e entende tudo, né filhão!
     - Entende sim papai. Ele é muito inteligente e lindo, né filho?
     Aos sete anos, expliquei ao Nicolas sobre o famoso "troca-troca" na escola e que ele jamais deveria deixar qualquer garoto (ou até mesmo garota naquela idade) pegar em seu pênis. Aos oito anos, expliquei ao Nicolas sobre menstruação com a maior naturalidade e disse a ele que só as mulheres tinham. Por causa do sangue, ele me perguntou:
     - Mas dói? Você chora?
     - Não, meu amor. Não dói nada. Às vezes dá uma cólica em algumas mulheres, em outras dá dor nas pernas, outras têm dor nas costas e outras, assim como eu, têm dor de cabeça. Mas isso é normal.
     Mal sabia ele que eu quase morro de dor de cabeça, hoje ele já sabe!
     Aos nove anos explicamos a ele como os bebês são feitos. Ele já sabia como nasciam porque já havíamos explicado, não me lembro bem quando, mas explicamos primeiro como nasciam e só algum tempo depois como eram feitos.
     Durante todo esses anos, sempre nos lembramos de elogiá-lo por não se masturbar ou tocar no pênis na rua. Ele fica todo orgulhoso quando é elogiado e dá um sorriso lindo seguido de um bem pronunciado "Muito obrigado".
     Aos 10 anos, dissemos a ele como se dava a relação sexual e quais as sensações. Ele parou, pensou e disse:
     - Não vejo a hora de fazer 18 anos para transar! (kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk)
     - Por que 18 anos, amor?
     - Porque aí eu já vou ser grande. Aqui no Brasil pode fazer as coisas com 18 anos que você falou, lembra?
     Acho que foi quando eu expliquei que era época de ir ao exército, dirigir, etc. A época da independência em alguns aspectos.
   
     Conforme o Nicolas foi crescendo, fui me preocupando mais e mais com o prepúcio ou com uma possível volta da fimose, pois ele não deixava pegar para lavar direitinho por dentro. Comecei a pensar em circuncidá-lo para facilitar a higienização. Falei com meus irmãos e marido sobre suas experiências e fiz a melhor escolha. Levei-o ao urologista, pois estava muito preocupada com a fase da masturbação que estava chegando e de como seria. Ele se sentiria enojado? Conseguiria limpar-se a pós a ejaculação? O prepúcio o atrapalharia por causa de sua falta de coordenação? A higienização pós ejaculação seria fácil para ele, para que não precisássemos intervir e, assim, levar uma vida normal em relação à masturbação?
     Fomos a um urologista excelente, Dr. Domingos, que me foi indicada por meu marido e irmãos. Ao chegar no consultório, disse a ele que meu filho é autista e ele tratou o Nicolas com o maior carinho do mundo... Imaginem o carinho que eu não tenho por este médico até hoje. Mesmo não tendo o menor contato com ele, está sempre em minhas orações, porque ele foi tão fofo com o Nicolas, tão compreensível e amável, que foi fácil fazer com que o Nicolas confiasse nele e deixasse ele examiná-lo.
     - Vamos lá Nicolas! Pode subir aqui e deitar que nós vamos dar uma olhada aí. Não precisa ter medo, viu! Será bem rápido e você não vai sentir nada.
     - Mãe? - Disse o Nicolas me olhando com aquele olhão desconfiado.
     - Pode confiar, filho. Ele é amigo da família inteira e sabe o que está fazendo. Ele nunca machucou ninguém, não é Doutor? - E o Dr. Domingos logo entendeu o jogo da voz doce e da reafirmação e foi logo dizendo em um tom bem descontraído e amável.
     - Nunca machuquei ninguém, não. Eu só vou olhar e mostrar para ele como limpar direitinho. Vai lá, garotão. Vamos dar uma olhada.
     O Nicolas subiu na maca e segurou minha mão com tanta força que eu achei que fosse me machucar. O tempo inteiro ficamos encorajando-o e dando todo suporte necessário a ele. Ele suou tanto na maca que até molhou aquele papel de proteção que serve para o paciente deitar-se. Então o Doutor Domingos começou puxar o prepúcio para ver se estava tudo bem e o Nicolas, conforme o médico tentava abaixar o prepúcio, ia levantando o bumbum e se retraindo para trás, o que começou a dificultar. Mas aí eu disse a ele:
     - Filho, relaxa e deixa ele examinar, porque se ele não conseguir, teremos que operar e aí as coisas ficarão piores, pois será igual a quando você operou do apêndice. Hospital, dor, remédios e etc. Você quer isso?
     - Não! - Responde ele bem inseguro e segurando minha mão.
     - Então deixe o médico examinar que sairemos daqui rapidinho. Ah, e se você não deixá-lo examinar, acho que você não poderá transar com 18 anos.
     Pronto! Ele começou a a dizer "Então tá bom! Então tá bom!" e foi relaxando. E... o Doutor Domingos conseguiu! Tirou todo o prepúcio e pudemos ver que estava tudo em ordem, bem limpinho e que a fimose não havia voltado :-)
     O médico orientou o Nicolas a fazer o procedimento embaixo do chuveiro para facilitar e para praticar sempre que possível para que ele fosse se acostumando. Então, começamos a falar para ele no mesmo dia:
     - Nicolas, não esquece de treinar embaixo do chuveiro, tá bom?
     No primeiro dia, ele acabou o banho todo feliz:
     - Mãe pai, eu consegui! Eu consegui "treinar" e consegui tirar tudo para fora.
     A carinha de felicidade dele (como sempre encantadora) estava toda iluminada e com aquele ar de "Vitória"!
   
     A partir daquele dia, o Nicolas começou a "treinar" no quarto todos os dias. No começo, ele "treinava" umas 04 vezes por dia. Explicamos a ele que ele jamais poderia falar isso na frente das pessoas ou "treinar" enquanto tivesse pessoas estranhas em casa. O orientamos a trancar a porta e nos avisar para que não o incomodássemos em seu momento mais íntimo. O termo "treinar" tomou o lugar do termo "masturbar" aqui em casa. O Nicolas sabe a diferença, mas prefere usar "treinar". Claro que respeitamos e achamos muito lindo (sim, somos todos muito babões com ele, afinal o cara não falava até pouco tempo, logo, tudo o que ele fala é motivo de celebração).

     Já explicamos a ele que logo, logo ele começará a ejacular. Ainda esta semana perguntei a ele se ele já estava ejaculando e ele disse que ainda não. O Alexsander perguntou a ele:
     - Filho, você sabe o que é ejacular?
     - Sei sim. É quando sai uma "gosminha" branca de dentro do pênis.
     - E você não vai ter nojo?
     - Não. Eu vou me limpar e pronto. Vocês já me explicaram isso, lembra?

     É.... acho que conseguimos. Graças a termos ido atrás de informações e de informações terem chegado até nós, porque sempre aceitamos o autismo de nosso filho, então as pessoas sempre se sentiram à vontade para falar conosco, fomos falando com ele durante todos estes anos para prepará-lo para essa fase.

     Próximo passo? Continuar falando com ele de vez em quando, como se "faz amor". Ele será capaz? Só o tempo dirá. Porém, se ele assim o quiser e achar a pessoa ideal, ele estará preparado. E nós também.

Parte I: http://meufilhoeraautista.blogspot.com.br/2012/12/nossas-experiencias-com-autismo-e.html
Parte II: http://meufilhoeraautista.blogspot.com.br/2012/12/nossas-experiencias-com-autismo-e_13.html

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Nossas experiências com Autismo e Sexualidade - Parte II

     Quando o Nicolas tinha 07 meses, eu comecei a tentar tirar sua fimose após o banho. Um dia, saiu feito manteiga. Ele, como era muito resistente à dor, não chorou no momento. A impressão que deu é que ele sentiu um calafrio, mas eu comecei a dizer:

     -Pronto, pronto, pronto, meu amor. Já passou, viu! Parabéns, lindo da mamãe, você é muito corajoso.

     Após uma hora, o Nicolas começou a chorar desesperadamente, o que ele raramente fazia, então nos assustou muito. Levei-o ao médico e disse o que havia acontecido. A médica passou xilocaína em seu pênis e então ele voltou a fazer xixi e coco. O que aconteceu é que, cada vez que ele tentava fazer suas necessidades, seu pênis ardia porque eu havia tirado a fimose. Levamos xilocaína para casa e tratamos por alguns dias com uma pomadinha e tudo se resolveu. Quer dizer, quase tudo, pois, toda vez que eu ia lavar seu pênis, ele se assustava (ele já tinha memória eidética, mas falávamos em "memória de elefante" rsrsrsrs).

    Sempre desenvolvemos as habilidades do Nicolas e ele começou a tomar banho sozinho quando estava por volta dos 08 anos, mas todas as semanas "fazíamos uma faxina" nele com um bom banho e sempre explicando a ele onde e como lavar. Nicolas tem um pequeno problema de coordenação até hoje. Ela não tem força e coordenação necessárias para sua idade, então isso impede que ele lave sua cabeça bem, pois não esfrega bem o couro cabeludo.

     Bem, como ele começou a ficar bem grandinho e a desenvolver, o Alexsander ficou responsável por seu banho semanal, mas com viagens a trabalho, um dia teve que ser eu. Quando me deparei com o homem que meu filhinho havia se tornado da noite para o dia, notei que era hora de levar a conversa sobre sexo mais adiante. Ele já sabia tudo sobre menstruação e como os bebês nascem. Agora era a hora de explicar como eles eram feitos e sobre masturbação.

     Durante todos esses anos eu sempre fui lembrando o Nicolas de que ele só poderia "mexer no pipo" dentro de casa e dentro do quarto dele. Que na rua, as pessoas iriam julgá-lo e que não poderíamos mais sair para comprar as "guloseimas" dele se ele não se comportasse.

     As conversas foram ficando mais sérias conforme ele foi crescendo e desenvolvendo a habilidade de falar. Em todos estes anos eu só ouvi histórias tenebrosas sobre crianças autistas e sexualidade. NUNCA ouvi uma história de sucesso. Talvez as pessoas tenham medo de se expor e eu entendo... Não é fácil... Mas conforme ia ouvindo as histórias eu ia falando com o Nicolas sobre isso e sempre pedia a ele para nunca tocar no pipo na frente das pessoas porque senão muitas coisas poderiam acontecer, como o conselho tutelar levá-lo de mim e eu responder por atentado ao pudor. Sei que talvez nada disso acontecesse, mas se você perguntar ao Nicolas o que significa atentado ao pudor, ele sabe te explicar.

     Ouvi coisas do tipo:
     - Anita, tem um menino que frequenta a igreja católica na minha cidade e ele tira a roupa no meio da missa. O problema é que ele está cada vez maior e já tem até pelo no saco. Mas a mãe não consegue controlá-lo e disse ao padre que seu filho é especial e que não pode parar de ir à igreja.

     - Anita, você poderia conversar com a mulher da minha igreja? Todas as vezes no culto, o filho dela tira o pipi pra fora e fica se esfregando. Depois ele passa a mão na gente. É nojento! Mas ela não tá nem aí porque o filho dela é doente mental e a gente não pode falar nada. Semana passada ele passou a mão em uma mulher e ela ficou brava com o menino que começou a gritar. Uns criticaram a mulher e outros a mãe do menino.

     - Ai, teacher. Minha tia ligou chorando e disse que meu primo começou a se masturbar dentro do mercado e que chamaram o segurança. Ele não parou quando a mãe pediu e o segurança agarrou no braço dele. Aí ele começou a berrar e os dois foram tirados do mercado. Ela está com tanta vergonha que vai mudar de cidade, porque a cidade que ela mora é um ovo e está todo mundo comentando.

     E tem mais um monte de história tristes...

     Depois conto mais a vocês e direi como está o Nicolas hoje, aos 13 anos.
Parte I: http://meufilhoeraautista.blogspot.com.br/2012/12/nossas-experiencias-com-autismo-e.html
Parte III: http://meufilhoeraautista.blogspot.com.br/2012/12/nossas-experiencias-com-autismo-e_16.html
 bjus

 

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Nossas experiências com Autismo e Sexualidade - Parte I

Tentei amenizar os fatos aqui relatados, mas há coisas que, mesmo amenizando, ficam um tanto "pesadas" para se ler. Se não sentir-se preparado, não leia este post nem o próximo.


"O caminho que percorremos, no início, foi tortuoso, cheio de pedras e incertezas, pois não sabíamos aonde estávamos indo. Com fé, tenacidade e amor, chegamos ao paraíso. Bastou perseverança e acreditar em um Deus todo poderoso para sermos felizes. Nosso filho é um exemplo de que todos temos potencial e que todos somos merecedores de uma vida digna, não importa cor, credo, sexo ou condição."
Anita Brito

Há muitos anos, conversando com uma amiga, ela me disse que uma parente sua tinha um filho autista e que todos sofriam muito por causa disso. Era uma família de classe média alta e moravam no Litoral Cearense, pois tinham mais paz fora do Estado de São Paulo. No Ceará, eles viviam em uma casa grande, com um quintal enorme e próximo a uma linda praia. Ali, tinham poucos amigos e nunca chamavam ninguém para ir a casa deles. Parentes nunca visitavam e a sociedade ao redor, certamente, julgava o casal como anti-social, pois qualquer tentativa de se aproximar do casal, era em vão.

Ao me contar sobre esta família, minha amiga detalhou alguns fatos da vida deste casal.
* A criança, um menino, de repente "virou" autista (hoje sabe-se que não é bem assim e que ninguém vira autista);
* Ficou extremamente agressivo e parou de falar o pouco que falava;
* Não ia no colo de nenhum membro da família;
*Balançava-se para frente e para trás o tempo todo;
*Não conseguia viver em sociedade;

Como ela também era professora, disse-me que gostaria de trabalhar com crianças especiais um dia e que gostaria de trabalhar com alunos com Síndrome de Down, mas que tremia só de pensar em ter um aluno autista. Conversamos sobre o assunto por umas duas horas, durante um almoço em sua casa.

O que ela me contou ao final, me comoveu demais e eu ainda nem era mãe! Ela me contou como estava a vida da amiga e que elas não estavam mais se falando tanto porque a amiga se abriu com ela e contou o que estava acontecendo.

O filho estava com 15 anos e estava se masturbando muito. O problema, é que, após a ejaculação, o menino começava a gritar, pois ficava com nojo de ficar sujo.

O garoto começou a ficar mais agitado, e sua mãe teve que começar a masturbá-lo... Começamos a chorar, pensando no sofrimento dos pais com aquela situação. A família era muito católica e isso os estava consumindo. Não conseguimos terminar o assunto, porque a comoção foi geral.

Depois falamos sobre mais alguns autistas que tinham desejos específicos, tais como: carros, obituários, um determinado desenho (o filme Rain Man havia sido lançado nos cinemas brasileiros naquela época, por isso o assunto veio à tona) e mudamos de assunto com a frase: "Bem, vamos falar de coisas mais leves!"

10 anos depois, tornei-me mãe.

Ao desconfiar que meu filho poderia ser autista, tive receio de como seria quando chegasse sua adolescência (sim, sempre penso à frente, mas não sofro por antecedência). Ao ter certeza de que ele ERA autista, fiquei pensando em como o ensinaria a "comportar-se" em sociedade em relação a isso.

Aos cinco anos comecei a conversar com ele sobre o assunto. Ele ainda não verbalizava quase nada:

- Filho, às vezes você fica com o pipo¹ durinho?
- Sim.
- E você mexe nele?
Silêncio...
- Filho, você mexe nele quando está duro?
- Sim.
- Posso te pedir uma coisa? Quando você quiser mexer, só pode ser dentro de casa. Pode ser? (...) Nicolas, você está me ouvindo, amor? (Silêncio) Nicolas?

E parei de falar sobre o assunto naquele momento, retornando somente no dia seguinte.

Meu coração estava à mil e meus pensamentos rodando em minha cabeça. Será que ele estava me entendendo? Será que ele iria ter problemas? Será que nós teríamos problemas com ele em relação a ele?

Confesso que durante aquele período considerei várias coisas, mas não sabia bem o que considerar. Os adolescentes neurotípicos já dão trabalho quando os hormônios estão a mil, imaginem um autista?

Orei muito e pedi a Deus forças para passar por aquele momento e chegar nos dias de hoje. E deu certo...

Depois conto mais a vocês
¹ Pipo era a palavra que usávamos para nos referirmos ao pênis. Hoje em dia já falamos pênis para ele.
Parte II: http://meufilhoeraautista.blogspot.com.br/2012/12/nossas-experiencias-com-autismo-e_13.html

Alguns relatos de pessoas que leram nosso livro



Carlos Oliveira, Jataí-Goiás

Considerações pessoais sobre o livro Meu filho ERA autista - Anita Brito

Bom, foram muitas observações, riscos, sublinhados, risos, choros nessa obra tão pessoal da escritora. Durante a leitura tive oportunidade de conhece-la no facebook e trocar algumas impressões. Nossa, que mulher alto astral. Não só ela, mas também o Alexsander Sales.
Fiquei muito feliz em conhecer o trajeto dessa família, foi mostrado que apenas o amor é capaz de vencer as mais diversas problemáticas da vida, sejam quaisquer campos. Se não houvesse ali a presença constante do amor, digo de forma lúcida: eles não teriam conseguido.
A medida que ia lendo, minhas anotações eram sobre os aspectos do autismo, mas logo comecei a analisar os fatores psicológicos dos pais, e a presença dos sentimentos amorosos com a criança ao longo da história.
Posso fazer aqui nessa pequena resenha mil críticas sobre a forma que o país ampara nossas crianças autistas (ou não amparam, na verdade rsrs). Posso falar da falta de especialização de médicos, psicólogos, professores, etc. Posso falar também da falta de estrutura nas cidades, que por simples ajustes poderiam resolver facilmente questões como: barulho dos sinais nas escolas, lugar apropriado mais reservado em shoppings ou casas de festas, recepcionistas preparados para atender portadores das mais diversas necessidades, etc. Mas não quero falar disso nessa resenha, falarei disso nas reuniões presenciais do grupo ou em outros tópicos.
Não quero envaidecer ou puxar saco de ninguém, o que vou dizer nem pode ser certo, mas é minha impressão pessoal.
Chorei meio balde de lágrimas em cada momento onde vi a presença amorosa dos pais renunciando as mais diversas questões da vida, para apostar do desenvolvimento do filho. Talvez por ser homem, me senti mais a vontade tentando entrar no papel do Alex. Quando esse homem deixa o emprego para ficar por conta do transporte do filho no trajeto casa – escola e escola – casa eu tive um “troço” pensando comigo mesmo: “Nossa, como esse pai foi corajoso, com a situação financeira da família abalada, filho em situação delicada, ter a coragem de renunciar sua carreira profissional para trabalhar na educação da criança. Alex, na boa, você pode ter seus defeitos, afinal todos temos, mas você é foda cara! (me desculpe o linguajar rsrs).
Sobre a Anita então, nem consigo falar. São inúmeros os casos em que ela dá seu testemunho de amor ao filho, e luta com todas as forças contra as mais diversas barreiras que ficam a caminho do aprendizado do amado filho. Anita, você também é foda pra caralho!! (outra vez, desculpe o linguajar, não acontecerá de novo rsrsrs).
Para dar um toque pessoal, dois aspectos que me marcaram muito foram: A presença de Deus na vida do casal e o amor verdadeiro que foi presente entre eles durante toda a narrativa.     
Repito: Não existe técnica ou metodologia no mundo inteiro que funcione sem a presença do amor.
O que a Anita traz claramente em seu livro, sobre amar a Deus e buscar em Sua sabedoria e bondade é essencial para poder termos forças para lidar com as situações conflitivas da vida. É o que nos impulsiona a ver as situações não como fonte do acaso, mas sim como fonte sublime de experiências e conhecimentos que vêm para nos mudar. Afirmo com as forças de minha alma: Pais, mães, irmãos de portadores de autismo: Deus tem um plano para todos vocês. Aproveitem essa oportunidade de se melhorar sempre, cada dia mais, buscando amar ao próximo, iniciando os trabalhos dentro de casa. Amem, tenham fé e paciência, pois vocês tem uma das chaves para o céu.
Recomendo a leitura a todos. Entrem em contato com meufilhoeraautista@yahoo.com.br e adquiram essa obra.
Minhas mais belas vibrações ao Nícolas, Gui, Alex e Anita. Vou sempre buscar em vocês a fonte de inspirações necessárias para lidar melhor com as situações narradas neste livro. Nessa viagem, conheci mais de perto minha amiga Lorena Prado, meus caros José Antônio e Marcos Silva. Quero estar presente na vida do João Pedro enquanto Deus me der forças. Não só do João Pedro, mas também de todos do nosso grupo Autismo – Jataí-GO (Ou melhor, Autismo – Goiás, vejo que dia após dia estamos tomando essa forma).
Só para concluir, resumo: amem amigos, amem verdadeiramente e tenham paciência. Nada como um dia após outro. O trabalho é longo, mas de acordo com a Anita: FUNCIONA. Ajuda nossas crianças e a nós mesmos.
Fiquem em paz.
Carlos Oliveira


Postado por Isabela Teodoro de Souza - 10/12/2012
Olá, Anita Brito!
     "Recebi o livro semana passada na minha casa... Estava lendo Clarice ontem (Um sopro de vida) e dei uma pausa para ler você... Estou fixaaaaaaddaaaaa no livro!!!! Estou quase terminando e o iniciei ontem a noite. Sinceramente não costumo colocar muita fé em livros que pareçam auto ajuda... Mas o seu sem dúvidas não é... Você não da receitas, mas relata com a sua alma as dificuldades na criação de um filho, especialmente aqui quando o filho se comporta de uma forma diferente do padrão esperado. É lamentável acompanhar a sua luta com médicos e demais profissionais da saúde, mas é glorioso também ter compartilhada nas páginas desta obras as suas pequenas e imensuráveis vitórias.
     A capa do livro é um retrato que diz muito para quem convive com crianças, adolescentes ou adultos autistas... È de uma sensibilidade enorme você sem ter ainda (na época) diagnóstico) compreender  instintivamente a necessidade do seu anjo viver e integrar os dois mundos - o dele e o externo... Integrar o mundo de fantasias ao real não é uma necessidade somente do Nicolas, nem somente dos autistas, mas de todos nós... Para eles, no entanto é vital, essencial... E que bom ter uma mãe como voce que conseguiu com fé e amor ultrapassar as barreiras, as dificuldades...
     Amei o livro também nas partes que dizem respeito a sua própria vida que foi capaz de transformar misérias em tesouro, ausências em afeto, desamores em amores... 
     Apesar do livro não trazer receitas, deixa o que há de mais importante quando se fala em aprendizado, o exemplo. Você nos presenteia com um exemplo de mãe, ser humano, esposa, amiga e professora que acredita e luta por uma vida feliz e alegre. Obrigada Anita!"
Isabela Teodoro de Souza - Pedagoga, São Paulo

Amanda Ribeiro: Na própria capa do livro está escrito que ele é sobre a “história real de um garoto que nasceu autista e que aprendeu a viver em dois mundos”, não sobre a “cura” do Nicolas ou coisas do tipo.
O livro trata de como o Nicolas conseguiu se adaptar no mundo em que vivemos e da luta que a Anita e o Alexsander tiveram para que isso fosse possível. E posso dizer que o esforço deles não foi em vão.
Não tenho muito conhecimento sobre o autismo e o Nicolas é o único autista que conheço. No mês passado, tive o prazer de ir ao shopping com o Nicolas e alguns amigos. Apesar de reclamar um pouco, ele conseguiu interagir conosco e nosso passeio foi muito divertido. Graças ao esforço (que está descrito no livro!) da Anita e do Alex, o Nicolas consegue SIM viver em dois mundos!
Anita, eu te admiro muito! Não só pela sua história escrita no livro, mas pelo o que você é como pessoa. Parabéns por tudo e principalmente por ser a mãe exemplar e dedicada que você é. Obrigada por nos ensinar tanto!
Amanda Ribeiro, estudante, 16 anos, Jandira-São Paulo

Irai Barros Oliveira Li o livro "Meu filho ERA autista" e na página 132, está registrado o seguinte: "Não existe cura, mas pode-se melhorar a vida de um indivíduo de tal forma a confundí-lo com uma pessoa não autista ".Anita, parabéns pela coragem de escrever a história de sua família e assim motivar toda mãe a olhar para seu filho e acreditar que cada ser é único e que nasceu para progredir e ser feliz! Bjs
Irai Barros Oliveira, Professora, Carapicuíba-São Paulo

Amparo Farias Marques Amparo Farias Marques Amiga Anita, se todos tivessem a audacia, capacidade, humildade, amor incondiiconal de mae, que lutou desde que o Nicolas nasceu, enfrentou tudo o que pode para que seu filho fosee o menino que é hoje, e voce uma super mulher ter a coragem que teve e tem até hoje e escrever esse livro maravilhoso MEU FILHO ERA AUTISTA, ao qual uma liçao de vida para todos nós. Sua familia é uma familia abençoada e muito e se Deus te deu essa pessoinha mais que especial , amdao, querido por todos NICOLAS, essa familia linda para superar tudo isso, o que mais uma pessoa quer na vida exatamente o que voce fez alias voces fizeram: Anita, Alex, Guilherme, e junto Nicolas a maõ de Deus esta por tras, por cima, ao lado de tudo isso. E esse livro que liaço de vida, mãe que é realmente mãe passa tudo o que passou para fazer que seu filho seja o que ele é hoje não tem palavras. Parabens e nós nao vamos deixar que nada nem ninguem venha a destruir essa historia de amor, superaçao, inteligencia, carinho que conquistou a todos nós. Beijuss
Amparo Farias Marques, Pedagoga, Carapicuíba-São Paulo


Kátia Petrocino Coutrim:  Querida Anita... comentando seu post sobre o "porque do nome" do livro que escreveu, aqui vão algumas considerações que gostaria de fazer.
Quando vi a capa do seu livro e pensei em comprar, JAMAIS imaginei que se trataria de uma CURA (que sabemos que inexiste, pois não se trata nem mesmo de nenhuma DOENÇA e sim uma CONDIÇÃO DE VIDA DIFERENTE. E tinha certeza que o livro retratava uma história parecida com a minha... De um caso de SUPERAÇÃO e não de cura...
Mas não imaginava que poderia ser TÃO parecida, pois sabemos que a historia de vida de cada um é muito diferente... (até a questão de ser integrante de uma banda, achei fantástico a identificação, pois também sou a quase trinta anos...hehehe)... Domingo agora, 16/12 o Lu completará 14 anos e está indo muito feliz, muito bem, na escola regular, dentro da inclusão...(daqui a pouquinho estarei indo para a reunião final de pais alí na escola dele...que é pertinho de casa e consegui fazer com que ele aprendesse a ir a pé sozinho...)
O que vejo aqui? Seu livro deixa claro, MUITO CLARO, que através de sua fé, força de vontade e de acreditar que o Nícolas tinha (e tem muito) potencial, você não ficou parada, simplesmente aceitando "MEU FILHO É AUTISTA...FAZER O QUE NE? DEUS QUIS ASSIM..." não!!!!! Você, como eu, está nesta luta ha catorze anos! Cada dia é uma conquista uma vitória...Cada dia seu filho aprende mais a conviver nos dois mundos, a dos Autistas e dos NTs (pra quem não sabe, desculpe se é muito obvio, Neurotípicos ou "normais")
E ao ler o seu livro, comecei a criar coragem e ter inspiração para continuar o meu projeto (já começado e parado também por várias vezes... como você disse no seu livro...)
Então só queria mais uma vez te agradecer, pelo apoio e ajuda a tantas mamães que seu livro está trazendo, e pela inspiração a me encorajar a fazer o mesmo... Posso também dizer que Luciano Henerique ERA autista, e hoje aprendeu (e ainda aprenderá muito mais) a conviver nos dois mundos... o MUNDO ÁSPIE e o MUNDO NT... 
Acho que temos mais que obrigação de colocar os dons que Deus nos deu à serviço dos nossos irmãos, principalmente aqueles que precisam de nossa ajuda... E é o que você fez...contou sua história de vida, como fez e está fazendo para que seu filho simplesmente SEJA FELIZ... 
Anita Brito, a você, seu esposo e filhos (especialmente ao querido Nicolas) um grande abraço....um Santo Natal e um Ótimo 2013! Deus continue abençoando a vida de vocês e traga muita paz, saude e alegria por todo ano que virá!
Beijos... 
Kátia P. Coutrim (mãe de Luciano Henrique-Áspie)




  • Hoje
  • Rosanna Freitas De Lima Gonçalves
    Anita!! acabei de ler seu livro. A propósito, ganhei em nossa confraternização aqui do grupo, rs.. . Eu amei ter ganhado o livro e amei mais ainda lê-lo! Aquela parte em que conta um fato que aconteceu de vocês ganharem um dinheiro inesperado e achar que as pessoas iriam achar muito fantasioso e dizer que nós, leitores do livro, somos especiais, me deixou muito emocionada!! Acho isso também!! se alguém se interessa pelo assunto, talvez por vivenciar esse mesmo mundo, ou pelo simples fato de querer saber mais sobre o tema, é porque tem algo mesmo de especial! Entendo bem as emoções que passa, é bem legal curtir essa evolução de nossos filhos! como trabalho fora o dia todo, morro de saudades do meu filho, e quando estamos juntos é uma curtição só! Cada vez mais sinto a presença de Deus em nosso dia a dia, porque também já me aconteceu fatos dessa comprovação. Sei que não estamos sozinhas nesta empreitada deliciosa! Você também sabe, não é? Seu livro é a constatação desta fé maravilhosa! Parabéns pelo filho, parabéns pela iniciativa do livro!! Beijão no seu coração!! 
    Rosanna, mãe do Arthur de 8 anos, que tem transtorno invasivo do desenvolvimento.


domingo, 9 de dezembro de 2012

Superação não significa cura!

Antes de julgar, tente conhecer. O mal julgamento e a intolerância são as armas que fazem as guerras e trazem destruição para o mundo. Nossos anjos azuis precisam de paz e de nossa união.



Amanda Ribeiro: Na própria capa do livro está escrito que ele é sobre a “história real de um garoto que nasceu autista e que aprendeu a viver em dois mundos”, não sobre a “cura” do Nicolas ou coisas do tipo.
O livro trata de como o Nicolas conseguiu se adaptar no mundo em que vivemos e da luta que a Anita e o Alexsander tiveram para que isso fosse possível. E posso dizer que o esforço deles não foi em vão.
Não tenho muito conhecimento sobre o autismo e o Nicolas é o único autista que conheço. No mês passado, tive o prazer de ir ao shopping com o Nicolas e alguns amigos. Apesar de reclamar um pouco, ele conseguiu interagir conosco e nosso passeio foi muito divertido. Graças ao esforço (que está descrito no livro!) da Anita e do Alex, o Nicolas consegue SIM viver em dois mundos!
Anita, eu te admiro muito! Não só pela sua história escrita no livro, mas pelo o que você é como pessoa. Parabéns por tudo e principalmente por ser a mãe exemplar e dedicada que você é. Obrigada por nos ensinar tanto!
Amanda Ribeiro, estudante, 16 anos, Jandira-São Paulo

Irai Barros Oliveira Li o livro "Meu filho ERA autista" e na página 132, está registrado o seguinte: "Não existe cura, mas pode-se melhorar a vida de um indivíduo de tal forma a confundí-lo com uma pessoa não autista ".Anita, parabéns pela coragem de escrever a história de sua família e assim motivar toda mãe a olhar para seu filho e acreditar que cada ser é único e que nasceu para progredir e ser feliz! Bjs
Irai Barros Oliveira, Professora, Carapicuíba-São Paulo

Amparo Farias Marques Amparo Farias Marques Amiga Anita, se todos tivessem a audacia, capacidade, humildade, amor incondiiconal de mae, que lutou desde que o Nicolas nasceu, enfrentou tudo o que pode para que seu filho fosee o menino que é hoje, e voce uma super mulher ter a coragem que teve e tem até hoje e escrever esse livro maravilhoso MEU FILHO ERA AUTISTA, ao qual uma liçao de vida para todos nós. Sua familia é uma familia abençoada e muito e se Deus te deu essa pessoinha mais que especial , amdao, querido por todos NICOLAS, essa familia linda para superar tudo isso, o que mais uma pessoa quer na vida exatamente o que voce fez alias voces fizeram: Anita, Alex, Guilherme, e junto Nicolas a maõ de Deus esta por tras, por cima, ao lado de tudo isso. E esse livro que liaço de vida, mãe que é realmente mãe passa tudo o que passou para fazer que seu filho seja o que ele é hoje não tem palavras. Parabens e nós nao vamos deixar que nada nem ninguem venha a destruir essa historia de amor, superaçao, inteligencia, carinho que conquistou a todos nós. Beijuss
Amparo Farias Marques, Pedagoga, Carapicuíba-São Paulo


Kátia Petrocino Coutrim:  Querida Anita... comentando seu post sobre o "porque do nome" do livro que escreveu, aqui vão algumas considerações que gostaria de fazer.
Quando vi a capa do seu livro e pensei em comprar, JAMAIS imaginei que se trataria de uma CURA (que sabemos que inexiste, pois não se trata nem mesmo de nenhuma DOENÇA e sim uma CONDIÇÃO DE VIDA DIFERENTE. E tinha certeza que o livro retratava uma história parecida com a minha... De um caso de SUPERAÇÃO e não de cura...
Mas não imaginava que poderia ser TÃO parecida, pois sabemos que a historia de vida de cada um é muito diferente... (até a questão de ser integrante de uma banda, achei fantástico a identificação, pois também sou a quase trinta anos...hehehe)... Domingo agora, 16/12 o Lu completará 14 anos e está indo muito feliz, muito bem, na escola regular, dentro da inclusão...(daqui a pouquinho estarei indo para a reunião final de pais alí na escola dele...que é pertinho de casa e consegui fazer com que ele aprendesse a ir a pé sozinho...)
O que vejo aqui? Seu livro deixa claro, MUITO CLARO, que através de sua fé, força de vontade e de acreditar que o Nícolas tinha (e tem muito) potencial, você não ficou parada, simplesmente aceitando "MEU FILHO É AUTISTA...FAZER O QUE NE? DEUS QUIS ASSIM..." não!!!!! Você, como eu, está nesta luta ha catorze anos! Cada dia é uma conquista uma vitória...Cada dia seu filho aprende mais a conviver nos dois mundos, a dos Autistas e dos NTs (pra quem não sabe, desculpe se é muito obvio, Neurotípicos ou "normais")
E ao ler o seu livro, comecei a criar coragem e ter inspiração para continuar o meu projeto (já começado e parado também por várias vezes... como você disse no seu livro...)
Então só queria mais uma vez te agradecer, pelo apoio e ajuda a tantas mamães que seu livro está trazendo, e pela inspiração a me encorajar a fazer o mesmo... Posso também dizer que Luciano Henerique ERA autista, e hoje aprendeu (e ainda aprenderá muito mais) a conviver nos dois mundos... o MUNDO ÁSPIE e o MUNDO NT... 
Acho que temos mais que obrigação de colocar os dons que Deus nos deu à serviço dos nossos irmãos, principalmente aqueles que precisam de nossa ajuda... E é o que você fez...contou sua história de vida, como fez e está fazendo para que seu filho simplesmente SEJA FELIZ... 
Anita Brito, a você, seu esposo e filhos (especialmente ao querido Nicolas) um grande abraço....um Santo Natal e um Ótimo 2013! Deus continue abençoando a vida de vocês e traga muita paz, saude e alegria por todo ano que virá!
Beijos... 
Kátia P. Coutrim (mãe de Luciano Henrique-Áspie)

Carlos Oliveira, Jataí-Goiás

Considerações pessoais sobre o livro Meu filho ERA autista - Anita Brito

Bom, foram muitas observações, riscos, sublinhados, risos, choros nessa obra tão pessoal da escritora. Durante a leitura tive oportunidade de conhece-la no facebook e trocar algumas impressões. Nossa, que mulher alto astral. Não só ela, mas também o Alexsander Sales.
Fiquei muito feliz em conhecer o trajeto dessa família, foi mostrado que apenas o amor é capaz de vencer as mais diversas problemáticas da vida, sejam quaisquer campos. Se não houvesse ali a presença constante do amor, digo de forma lúcida: eles não teriam conseguido.
A medida que ia lendo, minhas anotações eram sobre os aspectos do autismo, mas logo comecei a analisar os fatores psicológicos dos pais, e a presença dos sentimentos amorosos com a criança ao longo da história.
Posso fazer aqui nessa pequena resenha mil críticas sobre a forma que o país ampara nossas crianças autistas (ou não amparam, na verdade rsrs). Posso falar da falta de especialização de médicos, psicólogos, professores, etc. Posso falar também da falta de estrutura nas cidades, que por simples ajustes poderiam resolver facilmente questões como: barulho dos sinais nas escolas, lugar apropriado mais reservado em shoppings ou casas de festas, recepcionistas preparados para atender portadores das mais diversas necessidades, etc. Mas não quero falar disso nessa resenha, falarei disso nas reuniões presenciais do grupo ou em outros tópicos.
Não quero envaidecer ou puxar saco de ninguém, o que vou dizer nem pode ser certo, mas é minha impressão pessoal.
Chorei meio balde de lágrimas em cada momento onde vi a presença amorosa dos pais renunciando as mais diversas questões da vida, para apostar do desenvolvimento do filho. Talvez por ser homem, me senti mais a vontade tentando entrar no papel do Alex. Quando esse homem deixa o emprego para ficar por conta do transporte do filho no trajeto casa – escola e escola – casa eu tive um “troço” pensando comigo mesmo: “Nossa, como esse pai foi corajoso, com a situação financeira da família abalada, filho em situação delicada, ter a coragem de renunciar sua carreira profissional para trabalhar na educação da criança. Alex, na boa, você pode ter seus defeitos, afinal todos temos, mas você é foda cara! (me desculpe o linguajar rsrs).
Sobre a Anita então, nem consigo falar. São inúmeros os casos em que ela dá seu testemunho de amor ao filho, e luta com todas as forças contra as mais diversas barreiras que ficam a caminho do aprendizado do amado filho. Anita, você também é foda pra caralho!! (outra vez, desculpe o linguajar, não acontecerá de novo rsrsrs).
Para dar um toque pessoal, dois aspectos que me marcaram muito foram: A presença de Deus na vida do casal e o amor verdadeiro que foi presente entre eles durante toda a narrativa.     Repito: Não existe técnica ou metodologia no mundo inteiro que funcione sem a presença do amor.
O que a Anita traz claramente em seu livro, sobre amar a Deus e buscar em Sua sabedoria e bondade é essencial para poder termos forças para lidar com as situações conflitivas da vida. É o que nos impulsiona a ver as situações não como fonte do acaso, mas sim como fonte sublime de experiências e conhecimentos que vêm para nos mudar. Afirmo com as forças de minha alma: Pais, mães, irmãos de portadores de autismo: Deus tem um plano para todos vocês. Aproveitem essa oportunidade de se melhorar sempre, cada dia mais, buscando amar ao próximo, iniciando os trabalhos dentro de casa. Amem, tenham fé e paciência, pois vocês tem uma das chaves para o céu.
Recomendo a leitura a todos. Entrem em contato com meufilhoeraautista@yahoo.com.br e adquiram essa obra.
Minhas mais belas vibrações ao Nícolas, Gui, Alex e Anita. Vou sempre buscar em vocês a fonte de inspirações necessárias para lidar melhor com as situações narradas neste livro. Nessa viagem, conheci mais de perto minha amiga Lorena Prado, meus caros José Antônio e Marcos Silva. Quero estar presente na vida do João Pedro enquanto Deus me der forças. Não só do João Pedro, mas também de todos do nosso grupo Autismo – Jataí-GO (Ou melhor, Autismo – Goiás, vejo que dia após dia estamos tomando essa forma).
Só para concluir, resumo: amem amigos, amem verdadeiramente e tenham paciência. Nada como um dia após outro. O trabalho é longo, mas de acordo com a Anita: FUNCIONA. Ajuda nossas crianças e a nós mesmos.
Fiquem em paz.
Carlos Oliveira




segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

"Abaixe e Empurre"



Neste último sábado, 01/12/12, fomos a um show da banda do meu cunhado, tio do Nicolas, no Teatro Municipal de Osasco. O Nicolas se comportou muito bem e esperou pacientemente para vir embora. Brincou com a tia De (irmã do meu marido) e com seu esposo Denis, deu risada, comentou sobre o show, enfim. Foi uma noite muito agradável e ele estava todo satisfeito por estar em um local de adolescentes e adultos e estar se comportando de maneira adequada.

Porém, ao sairmos do teatro, havia um anúncio na porta (vide figura acima), que era para abaixar a grande maçaneta da porta e empurrá-la. O Nicolas abaixou-se, literalmente, empurrou a porta saiu. Achei estranho ele ter abaixado e perguntei a ele:

- Filho, porque você se abaixou? - e lá vem aquela carinha mais linda do mundo me respondendo:
- Ué, está escrito "Abaixe e Empurre". E foi o que eu fiz!

Todos começamos a rir, inclusive ele, que tem desenvolvido um senso de humor atípico¹, e eu expliquei a ele o real sentido do que estava escrito. 

E é mais ou menos assim que funciona a cabeça de um autista. É tudo literal. E olha que já venho explicando ao Nicolas sobre linguagem figurada e literal, metáfora, sarcasmos, palavras homônimas, parônimas, sinônimas, antônimas e etc, mas ainda assim, temos que ter o cuidado e o entendimento que ele só tem 13 anos e é verbal há menos de 05 anos, logo, ele ainda experimenta muitas coisas novas. Não dá para exigir que em cinco anos, ele tenha dominado todo o vocabulário existente e que seja mestre nas relações humanas. 

O gostoso é ver como ele leva "numa boa" as correções e se diverte com isso dando uma risadinha linda e diz: "Ahhhhhh, agora eu entendi! hehehehehe"

Essa relação com meu filho tem sido o maior aprendizado que já tive em minha vida. e olha que sou Mestre em Dialogismo!

Mas procuro mesmo, é ser Pós-doutorada em ser "boa mãe".

¹ Antigamente, o Nicolas não tinha senso de humor, porque sentia-se "burro" em relação aos outros, pois não entendia o que queriam dizer na escola ou nas reuniões familiares. Hoje em dia, ele entende perfeitamente que há diferenças na comunicação e nas relações com o ser humano. Ele não se importa mais em errar e muito menos em aprender.